R.I.P. |
Quando eu tinha pouco mais de 8 anos, ele era o meu maior idolo. Isso mesmo eu tinha 8 anos e parava de brincar, de tomar sorvete, de fazer naninha, ou que quer que uma criança nessa idade faz, só pra assistir o grande SÓCRATES jogar na democracia corinthiana do começo da década de 80.
Eu tinha uma bandeira enorme, mal conseguia segurá-la, abarçando-a, quanto mais chacoalha-lá. Mas bastava ter jogo e eu ía pra varanda do meu prédio em guarulhos, no CECAP, vestida com o uniforme do Corinthians de listas verticais e agarrada na bandeira pra fazer barulho. Naquela época eu não entendia de futebol, mas o meu amor ao time do Parque São Jorge e aos seus jogadores já era um traço marcante da minha pequena existência. Eu mal conhecia os jogadores, mas não tinha problema, porque eu sabia tudo do Sócrates. Aquele jogador magrelo e barbudo conseguia mexer com o coração e as emoções de uma pequena menininha loira e marrenta, moradora da parte leste da região metropolitana da Grande São Paulo, e que hoje está de luto. Eu sempre considerei uma sorte enorme o Corinthians ter tido o Sócrates como jogador. Achava ótimo ele ser médico, qualquer coisa podia dar uma ajuda aos colegas em campo.
Eu amei primeiro o Corinthians e depois a seleção brasileira. E só amei a seleção brasileira por causa do Dr. Sócrates. Quando em 1982 ele foi convocado para o mundial da Espanha, lembro que minha primeira reação foi raiva, porque ele ía ficar longe do time. Mas mesmo assim resolvi acompanhar os jogos. Vê-lo jogando com aquela camisa amarela era estranho, mas acendeu uma chama no meu peito, que eu espalhei por toda minha familia. Lembro-me claramente de ter feito minha primas aqui do MS ficarem nervosas e torcerem de forma doente, como eu fazia, pelo Dr. Sócrates e seus companheiros da seleção canarinho. Eu até rezei no jogo contra a Itália, fiz promessa e fiquei de joelhos assitindo ao jogo. É a minha primeira memória marcante de sofrimento em frente a TV. Mas como jogava bonito aquela seleção.
Obrigada Doutor Sócrates Brasileiro (Corinthiano) Sampaio de Souza Vieira de Oliveira, por tudo.
Hoje o título do campeonato brasileiro, que acontecerá no exato momento do seu enterro, com certeza será uma homenagem à sua história.
Tenho certeza de que todo corninthiano vai torcer com mais garra e os jogadores vão jogar com mais vontade para lhe fazer essa homenagem.
Jamais te esqueceremos.
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