Essa é a pior parte, quem convive comigo sabe. Eu não consigo fazer demonstrações de afeto, eu travo. Quando estou morrendo de saudade aí até dou um abracinho e tal, ou no aniversário (mas é constrangedor), no resto do tempo eu sou intragável. No natal e no ano novo, fico muito constrangida na hora dos abraços e as vezes dou uma fugidinha, mas achei falta de abraçar minha familia no último natal (loka, tô falando). Parei definitivamente de frequentar missa, principalmente por causa daquele momento de dar as mãos para os estranhos do lado, detesto contato corporal com pessoas estranhas, tinha vontade de passar álcool depois.
Sou muito boa..., não sou uma expert na arte de discordar. A pessoa fala alguma coisa que eu não concordo 100%, pronto deu o starte pra eu começar a tortura psicológica. Argumentação é comigo mesmo e domino a arte do convencimento (seria excelente advogada nos EUA). Defendo uma ideia mesmo quando não acredito nela, só pra contrariar. Na faculdade eu participei de um juri simulado, como promotora, baseado num fato real, e condenei a 20 anos os réus, defendendo uma tese, na qual até hoje eu não acredito .
E defendo com tanta veemência que as vezes consigo convencer o pobre interlocutor a mudar de ideia. Não planejo fazer essas coisas, simplemente faço. As vezes fico me imaginando sendo carinhosa, abraçando e falando que amo, e curto a sensação que isso me proporciona, mas na teoria, porque na hora de por na prática só faço merda, depois fico pensando eu fui lá pra ser carinhosa e acabei discutindo... como isso?
Não me restrinjo a parentes não, faço isso com qualquer um que tem o azar de conviver comigo diariamente por mais de uma semana. É terrível. O pobre coitado já tá tendo que olhar pra minha cara mau humorada todo dia e ainda tem que aguentar eu discordando de tudo e sendo sarcástica por esporte? Aff.
As pessoas mais próximas são as que sofrem mais. Deu intimidade eu abuso. Meu pobre pai eu levava as raias da loucura, quantas vezes eu o deixei tão, mas tão irritado que ele chegou a cogitar enfiar a mão na minha cara. E quer saber o pior? Na hora eu até queria levar a porrada, no fundo acho que merecia. Mas não admitia, claro. Uma vez, quando vi que ele fechou a mão num soco eu falei bate que eu vou na delegacia e vc vai preso pela maria da penha... Pode isso Arnaldo????
E minha mãe, quando a gente discorda eu a enrolo (mole fazer isso, hehe) numa teia de argumentação tão bem elaborada que ela perde o controle, e acaba ou concordando comigo pra terminar a conversa, ou dando uns gritos, as vezes ela fia até meio gaga. Eu vou pro inferno, eu sei!!
Minha vítima mais recorrente nos últimos tempos tem sido minha vó, coitada. Ela fala muita besteira, absurdos que deixariam qualquer um louco, e eu tenho me restringindo aos piores, porque senão a gente batia boca o dia todo, sem parar. Ela fala coisas do tipo, tá na geladeira não estraga (tá lá faz uns dois anos), aí eu começo falando que TUDO estraga e ela tem uns argumentos pouco convincentes e a gente acaba discordando e eu perco a paciência.
Trancar É tratar... |
Não sei porque faço essas coisas (não tô perguntando), pretendo fazer terapia um dia (quando puder pagar) acho importante. Essa trava que eu tenho em demonstrar afeto tem sido amenizada pela internet, porque eu consigo dizer pras pessoas que eu as amo pelo computador, pessoalmente é mais difícil, mas eu tô me esforçando. Afinal de contas eu quero ser uma pessoa melhor. Alguém de quem eu gostaria de ser amiga.
É o que tem pra hj.
#bjmeliga
4 comentários:
Pelo jeito vc me conhece, né dear... Então pq não assina e a gente conversa que nem adulto
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