quarta-feira, agosto 17, 2011

Sobre fé... parte I

Eu estou cansada de ser julgada como o anti-cristo por causa da minha fé ou falta dela. Então vou fazer uma explanação dos meus pensamentos e conhecimentos sobre o referido tema. Dividirei em partes para ficar mais didático.

Sem querer ofender, mas eu acho mesmo que todos os crentes são ou burros ou preguiçosos, pelo simples fato de que a explicação "é porque é, tem que ter fé pra acreditar" não explica nada. Esse tipo de argumentação de que a fé responde e explica o inexplicável não me convence. Quem acredita nisso ou é burro ou tem preguiça de entender e questionar. Minha opinião, respeite.
Eu entendo que o questionamento leva ao conhecimento e à compreensão. Compreender é acreditar. Acreditar sem entender não é fé, é tolice. A fé cega é instrumento de manipulação de pessoas mal intencionadas, sempre foi assim e sempre vai ser, por isso a educação melhora as pessoas.
Ou vai me dizer que se do dia pra noite sumir da sua conta no banco, vamos supor, mil reais, vc não vai questionar? Vai aceitar como desejo divino?

Sejamos coerentes.

Vamos falar da biblia?
Ok, algumas questões:
- Quem esceveu a bíblia?
- Quem escreveu os evangelhos?
- Quando isso foi escrito?

As pessoas acreditam e encaram a biblía como um livro sagrado cheio de ensinamentos e passagens da vida de Cristo e não questionam, não perguntam, só obedecem o que a Igreja impôs. Nesse momento me refiro à Igreja Católica, porque foi ela que nos apresentou a biblia tal como ela é.
Mas vamos algumas ponderações sobre os questionamentos que eu propus:

Acredita-se que os evangelhos tenha sido escritos pelos apóstolos. Marcos, João, Mateus e Lucas. O mais antigo é o de Marcos, que data de pelo menos quarenta anos depois da morte de Jesus Cristo. São quarenta anos sem TV, sem youtube, sem internet, sem google, sem bibliotecas, sem entrevistas gravadas ou qualquer testemunho ocular de  qualquer pessoa tenha realmente presenciado a vida de Cristo. Na melhor das hipóteses são relatos passados de boca em boca ao longo de quarenta anos, sem qualquer registro escrito.

Agora eu lhe pergunto, caro leitor, se hoje vc perguntar ao seu avô, por exemplo sobre um fato que tenha ocorrido no ano de 1971 e que não possa ser comprovado e detalhado por documentos, você acredita mesmo que seu avô poderá lhe dar um relato exato e absolutamente fiel do ocorrido?

Então como não duvidar da veracidade de histórias contadas por pessoas primitivas, não instruídas e supersticiosas após um período de quase meio século?

Outro dado questionavel, é como estes quatro evangelhos em particular vieram a ser incluídos no Novo Testamento. Muitos outros evangelhos foram escritos durante os duzentos anos seguintes à redação do Evangelho de Marcos, com toda a espécie de histórias sobre a vida de Jesus. A medida que o movimento inicial ficou popular, vários outros evangelhos surgiram e foram assumindo caracteristicas particulares de cada comunidade. Dezenas de evangelhos diferentes e conflitantes entre si, estavam por toda a parte. Isso se comprova por um fato ocorrido no anos de 1945, alguns camponeses árabes nas montanhas de Jabal-tarif, no Egito, perto da cidade de Nag Hammadi, encontraram em uma caverna um jarro de cerca de dois metros de altura que continha dentro 13 livros de papiro, encadernados com couro de gazela, escritos numa lingua que lhes era estranha. Tais camponeses não perceberam a importância arqueológica de seu achado e muitos desses papiros acabaram nas foqueiras de suas casas. Mas o que restou encontra-se até hoje no Museu Cóptico no Cairo. Tratam-se de 52 textos conhecidos como evangélios gnósticos, que fazem referência a ditados e creças de Jesus e conflitam diretamente com aqueles do Novo Testamento.

Por exemplo, nesses texto, encontra-se o Evangelho de Tomás, que se identifica como secreto e abre com "Estas são as palavras secretas que o Jesus vivo falou e que o gêmeo, Judas Tomás, escreveu..."
Um irmão gêmeo? Essa informação quase ninguém ouviu falar.
Tem também o Evangelho de Felipe, que descreve abertamente o relacionamento íntimo de Jesus e Maria Madalena. Ela também tem seu próprio texto, onde é vista como discípula e lider de um grupo cristão.

Um ponto comum em todos esses Evangelhos, além do Novo Testamento, é que eles consideram as crenças cristãs comuns, como nascimento virgem e a ressureição, delírios ingênuos. As mensagens que passam não são de uma divindade que deve ser temida e obedecida, e sim de um homem, peregrino, comunicativo, inteligente, mas um simples carpinteiro, que transmitiu a ideia de que as pessoas devem conhecer a si mesmos em um nível profundo para poder conhecer a Deus. Ou seja, olhando para dentro de si próprio para encontrar as fontes de alegria, trsiteza, amor e ódio, pode-se encontrar Deus. (...)


Pretendo dar continuidade a esse estudo, demonstrando que minha espiritualidade não se trata de uma questão de fé e sim de auto conhecimento. Eu sei o que é certo e errado pra mim, porque o certo me faz bem e o errado me faz mal. Quero ser uma pessoa melhor porque é mais agradável, e também porque é mais facil de conviver com os demais. Pra mim tem muito sentido a lei do retorno, o que vc faz volta pra vc, não por justiça divina, mas porque quem faz o bem recebe o bem e quem faz o mal recebe o mal.

No próximo texto falarei da "criação" da Igreja e da Biblia pelo homem para alcançar objetivos (nada nobres) de poder.

É o que tem pra hj.
#bjmeliga

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