"Rota 66 - A Historia da Policia que Mata é uma obra do jornalista brasileiro Caco Barcellos. O livro ganhou o Prêmio Jabuti na categoria Reportagem em 1993. O livro trata do assassinato de um grupo de jovens de classe média de São Paulo por uma ação equivocada de uma unidade das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota). A partir deste ponto o fato se torna o elo entre tantos outros assassinatos sem explicação realizados pela policia militar. O livro foi feito após o assassinato jovens de classe média, por engano, o jornalista em busca dos fatos e as milhares de histórias de violência policial na grande São Paulo.Uma pequena história que desencadeia casos onde a policia atira antes de perguntar. O livro-reportagem de Caco Barcellos, além de buscar transcrever a realidade, mostra também um pouco do dia a dia do repórter investigativo. Em sua busca pelos casos semelhantes ao do Rota 66, o repórter narra sua investigação em lugares pouco agradáveis para maioria das pessoas. Entre pilhas de jornais e documentos em um escritório até madrugadas inteiras dentro de uma espécie de almoxarifado de um necrotério. A narrativa também ressalta anotações e um árduo trabalho de pesquisa em jornais locais, documentos e entrevistas acompanhados dos comentários do jornalista. O livro traz duas historias que atraem o leitor: a primeira o fato em si. A realidade que na maioria das vezes é camuflada pelos órgãos públicos. A policia, que em alguns casos tem de ser sanguinária. O uso do poder de fato. A violência pela violência. Citando nomes e desmascarando a impunidade desses servidores da sociedade que servem apenas a si mesmo desconsiderando a vida alheia. O olhar critico de uma sociedade regrada pela falta de bom senso. Do outro lado o trabalho fascinante de um jornalista. A narrativa rápida envolve o leitor desde os primeiros parágrafos."
23.abr.1975 | Os estudantes Francisco Nogueira de Noronha, 17, João Augusto Diniz, 19, e Carlos Ignácio Rodrigues de Medeiros, 21, são assassinados por policiais da Rota 66, em São Paulo (SP). Os policiais forjaram a cena do crime, na tentativa de incriminar os rapazes, mas foram desmascarados. O crime ficou conhecido como "O caso Rota 66" (Almanaque da Folha) |
Talvez seja porque eu agora moro na Grande São Paulo e volta e meia passa por mim uma viatura da ROTA, ou porque quando ocorreu o assassinatos dos jovens de classe média que deu origem ao livro eu morava aqui também. Geralmente a gente lê um livro ou assiste um filme baseado em história real que aconteceu faz muito tempo ou então muito longe. Essa história aconteceu bem perto de mim e continuou acontecendo e isso é bem assustador.
A história desse policiais assassinos (não são todos, mas uma minoria, só que seus atos são muito significativos) consegue ser, na minha opinião, pior do que as ações das milícias no Rio de Janeiro. As milícias, pelo menos, tem razões, ainda que matem por dinheiro, para encobrir outros crimes ou simplesmente para impor o medo, não justifica, mas é entendível. Já esses policiais da ROTA matavam por puro prazer de matar, não era por dinheiro, era pra impor respeito, medo e por tédio, prazer, sei lá. Eles escolhiam algum alvo, preferencialmente homem, negro, jovem, pobre, abordavam e executavam, simples assim, com requintes de crueldade e direito a tortura. E pior, na sua maioria absoluta as vítimas eram inocentes. A periferia de São Paulo aprendeu a temer a ROTA. Se eles viam a viatura só tinham uma chace de sobreviver, conseguir fugir, se eram abordados, era morte na certa.
Eu ainda não terminei o livro, falta pouco, mas o que eu mais queria é que no final estivesse escrito que esse tipo de coisa não acontece mais, que a polícia não mata mais inocentes por puro prazer e que hoje podemos confiar na integridade de toda a coorporação da policia militar, mas não tenho muita esperança...
É o que tem pra hj.
#bjmeliga
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