domingo, junho 05, 2011

Encruzilhada


Hoje eu me vi numa encruzilhada. Eu sou muito, mas muito dramática, exagerada, amexicanada mesmo, sei disso. Não sou boa em lidar com dúvidas, preciso de respsotas rápidas. Odeio ficar dividida. Por isso tomo as decisões no calor do momento e isso nem sempre dá certo.
Eu vim pra SP pra tentar ser aprovada em um concurso público, vim pra estudar, e estou fazendo isso, mas é um caminho longo, lento e difícil. Não foi uma coisa que eu fiquei pensando e analisando. Surgiu a oportunidade e eu agarrei, na hora. Mas foi fácil, foi como se eu estivesse me afogando e visse uma tábua.

Esses dias conversei com uma colega pelo Facebook e ela me perguntou o que eu andava fazendo, eu respondi que tava fazendo Damásio, me preparando pra concurso e ela me chamou de corajosa. Ela tá advogando e eu pensei que ela é que era corajosa. Hoje percebi que eu é que sou. Advogar, no nosso caso era a escolha óbvia e mais fácil. Ela deu sorte de arrumar um escritório legal e foi (coisa que nunca aconteceu comigo), mas largar tudo e se jogar nessa empreitada, como eu fiz exige, sim, coragem. Eu larguei muita coisa, minha casa, meus amigos, meu conforto, mas foi a escolha mais fácil porque era uma luz no fim do túnel, um chamado da nave-mãe. Eu tenho verdadeira loucura por essa cidade onde quero, com todas as minhas forças morar. São Paulo pra mim é um sonho possível e basta por si. Morar num apartamento pequeno no centro da cidade, sem carro, ter um emprego público com um salário razoável, isso é o que eu quero.

Eu demorei muito pra entender o que eu queria, fiquei anos sem saber que direção seguir, num limbo depressivo. Perdida, sem sonhos, sem anseios. Uma pessoa sem sonhos é uma pessoa morta em vida. Nunca se deve tirar a possibilidade de alguém de poder sonhar. Quando vim pra cá, eu voltei a sonhar.

Hoje eu recebi uma proposta pra voltar pra PP. Um amigo dos meus pais, que é advogado, quer abrir um escritório comigo, eu sei porque, eu escrevi um texto pra um blog que ele quer fazer, sobre a inconstitucionalidade de uma lei e acho que o impressionei. Seria perfeito, ele sabe ganhar dinheiro e está disposto a fazer exatamente a parte que o advogado faz, que eu detesto, precisa de alguém pra fazer a parte que ele não gosta e que é a que eu sei fazer. Eu tenho certeza que a gente pode ganhar muito dinheiro trabalhando junto, e eu estou absolutamente capacitada pra exercer essa função, agora mais do que nunca.

Eu voltaria a morar em PP, perto dos meus amigos, dos meus pais, do meu cachorro, teria meu conforto de volta, mas teria que desisitir do meu sonho pequeno burguês. Sei que essa proposta pode me render muito mais dinheiro que o emprego público que eu almejo. Mas eu não sou ambiciosa, me contento com pouco, sempre soube disso. Não sou do tipo de pessoa que tem grandes desejos, viagens caras, carros, jóias, roupas de grife, não. Não é disso que eu sou feita. Não que eu seja humilde e simplória, longe disso, mas meus gostos não são caros.

E tem mais uma coisa, voltar pra PP agora seria uma admissão de fracasso, de que eu não consegui. Mas eu sinto que ainda não tentei tudo que podia. É confortável saber que existe uma segunda opção, e eu quero tê-la mais como uma pressão, pra me dar mais força. A minha contraproposta vai ser a seguinte, eu vou terminar meu cursinho, até porque a multa por desistência é muito alta, não compensa largar agora. Quero um tempo, até o fim do ano. Se, e somente se, eu não conseguir ser aprovada em nenhum nos próximos dois concursos que me interessam e que estão previsto pra esse ano, eu volto e vou trabalhar com esse amigo dos meus pais. Mas será que ele espera?

Quando eu imagino meu futuro num apartamentinho no centro de SP, sozinha, talves com um cachorro, vestindo um pijama confortável, ouvindo uma música num domingo de manhã, tomando um café e olhando pela varanda a selva de pedra, sinto um calorzinho dentro do meu peito, uma ansiedade. Quando faço o mesmo exercicio de imaginação em PP, sinto medo, agonia, e uma vontade de chorar. Eu não pertenço a Ponta Porã, gosto de lá, vivi minha vida toda lá, mas não é e nem nunca foi o meu lugar.

Eu não sou religiosa, acho que isso já ficou bem claro nesse blog, mas dizem que quando deus fecha uma porta, sempre abre uma janela, né? Mas e se a janela não dá para o mesmo lugar que a porta? E se eu não quiser ir pra onde a janela está aberta? E se eu insistir em tentar arrombar a porta? Como eu faço? O que eu faço? A única certeza que eu tenho é que não posso ficar mais muito tempo nesse quartinho escuro. Tenho que dar uma direção à minha vida, escolher um caminho.



Mas qual??

É o que tem pra hj.
#bjmeliga.

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